As cargas importadas que ingressam no território brasileiro passam por um processo de conferência aduaneira e a Receita Federal do Brasil (RFB) é o órgão […]
As cargas importadas que ingressam no território brasileiro passam por um processo de conferência aduaneira e a Receita Federal do Brasil (RFB) é o órgão responsável por realizar a fiscalização de toda mercadoria estrangeira.
Nessa conferência, identificam-se as principais características da mercadoria, tais como razão social do importador, país de origem da carga, descrição do produto, volume e quantidade e demais informações declaradas.
Se os dados estiverem de acordo com o estabelecido pela RFB, a carga será liberada ao importador. Caso haja alguma inconsistência, o importador poderá receber uma convocação para dar maiores esclarecimentos.
A seguir, vamos falar sobre os tipos de conferência praticados pela RFB.
A conferência aduaneira é a fiscalização das cargas importadas que chegam ao Brasil. É realizada para gerar estatística das características das mercadorias estrangeiras e dos perfis dos importadores brasileiros.
Contudo, o principal objetivo da fiscalização é garantir que o importador está cumprindo todas as exigências legais e fiscais previstas no processo de importação.
A RFB define quatro canais diferentes para realizar a conferência aduaneira: verde, amarelo, vermelho e cinza.
Toda mercadoria importada será enquadrada em um desses canais e essa classificação definirá o tipo de conferência a que a carga será submetida.
Em seguida, veremos as diferenças entre elas.
Todo importador deseja que sua carga seja parametrizada em Canal Verde, pois assim ela será rapidamente liberada pela RFB e logo estará disponível para utilização.
Quando enquadrada em um Canal Verde, o fiscal libera a carga sem fiscalização e a importação tem seu desembaraço automático, sem que seja realizada a conferência.
Dessa forma, o importador depende apenas da emissão do Comprovante de Importação para a liberação da carga. Isso acontece porque a RFB fiscaliza com o objetivo de identificar processos ou empresas, analisando o histórico da companhia e de seus processos, bem como sua capacidade financeira.
Essa fiscalização é feita com base no gerenciamento de risco para que empresas que atuam regularmente tenham suas cargas liberadas de forma mais ágil.
Por outro lado, o gerenciamento de risco facilita a atuação da RFB, que passa a fiscalizar operações de risco real, nas quais há possibilidade de ocorrência de crimes.
Se for parametrizada em Canal Amarelo, a carga passará por uma fiscalização documental. Sendo assim, o importador deverá apresentar os documentos referentes à mercadoria e o auditor fiscal da RFB realizará a análise para verificar se as informações declaradas estão dentro do exigido.
Nesse caso, ocorre apenas a conferência documental, que consiste em analisar as informações declaradas sobre o importador e os dados da mercadoria.
O valor aduaneiro declarado, por exemplo, tem que estar na média do valor declarado para itens similares. Um valor muito divergente poderá implicar no atraso da liberação da carga, pois o fiscal irá solicitar explicações sobre o preço praticado, para averiguar se não há subfaturamento ou prática de descaminho.
O fiscal tem condições de detectar inconsistências no processo e isso pode trazer prejuízos ainda maiores ao importador que não observar a legislação e regulamento aplicáveis.
Se houver irregularidades na documentação, o fiscal irá notificar o importador, podendo exigir a apresentação de documentos adicionais ou até mesmo aplicar uma multa. Nesse caso, o desembaraço da carga estará condicionado à apresentação da documentação exigida e ao pagamento da multa.
Porém, se as informações apresentadas forem coerentes, o desembaraço aduaneiro será concedido e o importador então não terá grandes problemas na liberação da carga após a conclusão da conferência aduaneira.
No Canal Vermelho ocorre a vistoria documental e física. Nessa etapa, o fiscal irá comparar a descrição dos itens listados nos documentos com os materiais importados, para atestar a veracidade das informações declaradas.
Em caso de discrepância, poderá ser aplicada uma multa e, como consequência disso, o desembaraço será interrompido.
A carga em Canal Vermelho costuma ser o maior pesadelo do importador, em razão do maior tempo gasto na liberação da carga. Isso acontece porque a conferência aduaneira será mais minuciosa do que nos outros dois primeiros canais, provocando mais lentidão na liberação da carga.
Nesse tipo de conferência é bem comum que o fiscal solicite documentos adicionais, como laudos técnicos, para compreender melhor as funcionalidades do produto importado.
É comum também que alguma das cargas do importador seja parametrizada em Canal Vermelho sem significar que há algum problema com sua empresa ou com a mercadoria. Trata-se apenas de uma seleção sistêmica, por isso, qualquer carga está sujeita a ser fiscalizada por completo.
Entretanto, se as declarações sobre as quantidades e características da carga estiverem corretas, a mercadoria será liberada normalmente.
Os três canais citados acima são os mais comuns, no entanto, o mais preocupante com certeza é o Canal Cinza. Esse canal alerta que foram encontrados indícios de fraude aduaneira na operação.
Nesse caso, o importador fica ciente de que seu processo de importação passará a ser investigado, e isso poderá demandar muito tempo e resultar em custos extras que não estavam previstos (como os custos de armazenagem).
Além disso, a carga somente será liberada se, de fato, não for encontrada nenhuma irregularidade após o término da investigação.
Aplica-se o Canal Cinza em caso de suspeita de importação ilegal, declaração falsa nos documentos, mercadorias falsas ou adulteradas ou ocultação de dados envolvidos na compra e venda dos produtos.
Pode ocorrer também se o fiscal tiver dúvidas quanto à existência do importador, exportador ou até mesmo de outros integrantes do processo.
Vale ressaltar que o Canal Cinza não visa dificultar o andamento do processo do importador comum, mas sim identificar possíveis fraudes nas importações. Um processo em Canal Cinza é muito incomum para empresas que aplicam as normas aduaneiras nacionais vigentes em seus processos de importação.
Existe ainda outra situação, em geral atípica, entre os canais de parametrização. É possível que uma carga seja parametrizada em Canal Verde e ainda assim seja submetida à fiscalização.
Os profissionais da área costumam chamar esse cenário de “verde melancia”, em referência à fruta que é verde por fora e vermelha por dentro.
Ocorre quando uma carga, mesmo tendo sido parametrizada em Canal Verde, passa por fiscalização ao ser manualmente selecionada: quando o fiscal decide fiscalizar aquela Declaração de Importação (DI).
Não haverá alteração nos canais de parametrização com o Novo Processo de Importação, mas sim mais agilidade e transparência.
Será estabelecido o Canal Consolidado e a cor será definida com base nos resultados dos canais da RFB aliado aos canais de outros órgãos anuentes (como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA).
Se definido o Canal Verde, a mercadoria da Declaração Única de Importação (DUIMP) estará automaticamente liberada. Se a mercadoria for submetida a outra cor na parametrização (amarelo, vermelho ou cinza), a conferência física ou documental será agendada previamente, o que dará mais agilidade ao processo, além de reduzir os custos de armazenagem para o importador.
Da mesma forma, empresas com certificado Operador Econômico Autorizado (OEA), por terem cumprido as devidas exigências para obter a certificação, têm suas operações consideradas de baixo risco.
Na prática, isso significa que a RFB avalia a empresa como capaz de gerir os riscos de suas cargas e, por isso, concede uma conferência mais rápida ou até mesmo automática para os seus processos.
Essas empresas possuem um servidor da RFB como ponto focal para se comunicar e esclarecer dúvidas sobre o programa e demais procedimentos aduaneiros. Sem contar que são dispensadas de cumprirem certas exigências para obter a habilitação para Regimes Aduaneiros Especiais.
A última etapa da conferência aduaneira ocorre com o registro do desembaraço da mercadoria. Com a DUIMP devidamente registrada e liberada, autoriza-se o transporte para entrega da mercadoria ao importador.
A e.Mix trabalha com softwares que podem trazer mais agilidade aos processos de importação de qualquer empresa.
Seu sistema SiscomexNet está plenamente integrado ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) da RFB e essa integração também pode se estender aos softwares de empresas atuantes no mercado de comércio exterior. Ele garante mais agilidade nas consultas sobre o andamento de processos, além de oferecer informações confiáveis sobre cada importação realizada.
Por meio do SiscomexNet, a e.Mix disponibiliza diversos tipos de consultas necessários para os seus processos, tais como parametrização, extratos de DI, status de Licenças de Importação junto aos órgãos anuentes e recuperação do Comprovante de Importação.
Dessa forma, qualquer informação referente às importações pode ser facilmente encontrada através da ferramenta, otimizando o tempo das atividades no dia a dia de gestores e analistas do comércio exterior.
Os custos com demurrage e detention são desafios constantes no setor logístico, causados por atrasos na devolução de contêineres ou na liberação de cargas. Um sistema de gestão eficaz pode ajudar a mitigar esses custos por meio de funcionalidades como monitoramento em tempo real, automação de processos, e gestão de documentação. Ele também permite a análise de desempenho e integração com parceiros logísticos, além de alertas personalizados, garantindo que prazos sejam respeitados e operações otimizadas. Assim, as empresas podem evitar penalidades e aumentar a eficiência operacional, tornando-se mais competitivas no mercado global.
O controle de planejamento de produção e operações (P&O) para itens importados é crucial para garantir a continuidade das atividades industriais e reduzir custos. Entre os desafios, estão a imprevisibilidade dos prazos de entrega, oscilações cambiais e a complexidade das cadeias de suprimento internacionais. Questões geopolíticas e mudanças legais também exigem uma gestão atenta. Para mitigar esses obstáculos, empresas adotam tecnologias como o FollowNet da e.Mix, que oferece visibilidade em tempo real e previsibilidade para evitar paradas nas linhas de produção e reduzir custos operacionais.
O controle total das importações é essencial para garantir eficiência e minimizar riscos ao longo de todo o processo, desde a negociação até a entrega final. Acompanhar as operações antes da chegada da mercadoria ao Brasil, agilizar o desembaraço aduaneiro e monitorar o pós-desembaraço são etapas cruciais para evitar atrasos e custos adicionais. O feedback pós-importação também é vital para a melhoria contínua. A e.Mix oferece soluções tecnológicas para automatizar e monitorar todas essas etapas, assegurando previsibilidade e controle em tempo real.